Ataque terrorista na sinagoga de Manchester: a política como catalisador do antissemitismo
Em 2 de outubro de 2025, no Yom Kipur — o dia mais sagrado do calendário judaico — ocorreu um ato terrorista na sinagoga Heaton Park Hebrew Congregation, no bairro de Crumpsall, no norte de Manchester. Por volta das 9:30 da manhã, um homem de 35 anos intencionalmente dirigiu seu carro contra um grupo de fiéis que se dirigiam à oração. Ao sair do carro, ele começou a esfaquear as pessoas ao seu redor.

Como resultado do ataque, dois morreram: Adrian Dolby, de 53 anos, e Melvin Kravitz, de 66 anos. Outros três ficaram gravemente feridos. O terrorista foi morto pela polícia que chegou ao local.
O terrorista — Jihad al-Shami, 35 anos, cidadão britânico de origem síria. Ele chegou ao Reino Unido na infância e obteve cidadania britânica em 2006. Sua família vive em Greater Manchester há pelo menos 30 anos. O pai de al-Shami é um médico traumatologista conhecido na cidade. Jihad trabalhava como tutor, ensinando inglês e programação. Também é sabido que Jihad al-Shami foi anteriormente preso sob suspeita de estupro. No momento do ataque terrorista, ele estava em liberdade sob fiança.
Este ataque ocorreu exatamente 11 dias após o primeiro-ministro Keir Starmer anunciar o reconhecimento da Palestina pelo Reino Unido. Em 21 de setembro de 2025, ignorando o fato de que reféns israelenses ainda estavam em cativeiro pelo Hamas, o governo britânico efetivamente legitimou a Palestina, que não renunciou ao terror.
Após a tragédia, Starmer, claro, condenou o ataque. Ele chamou o ataque de “bárbaro”, expressou condolências à comunidade judaica, prometeu proteção e uma resposta firme ao antissemitismo “com todos os mecanismos da justiça”. As palavras corretas tiveram o efeito oposto.
Porque foi exatamente a política de seu governo que criou a atmosfera que precedeu o ataque.
Uma política sob a qual marchas pró-palestinas com milhares de participantes ocorreram nas ruas das cidades britânicas por meses. Uma política sob a qual manifestantes gritavam “do rio ao mar” — um slogan que não deixa espaço para Israel e não deixa chances para seus cidadãos. Um slogan que é um chamado direto para a destruição do estado judeu e de sua população.
Uma política sob a qual estudantes judeus não podiam aparecer nos campi universitários sem medo de serem atacados. Sob a qual rabinos foram aconselhados a não usar kipá na rua. Sob a qual os pais temiam enviar seus filhos para escolas judaicas.
Muitos na sociedade britânica — e não apenas entre os judeus — estão convencidos: o que aconteceu foi uma consequência direta da política do governo trabalhista. Uma política que verbalmente condena o antissemitismo, mas na prática cria condições para o seu florescimento. Uma política que toma decisões simbólicas para a imagem internacional e dividendos políticos internos, sem pensar nas consequências para seus próprios cidadãos.
E essa política culminou no reconhecimento da Palestina — uma espécie de recompensa ao Hamas pelo massacre de 7 de outubro de 2023. Para aqueles que odeiam os judeus, isso se tornou um sinal: suas ações são legítimas. Pode continuar.
Jihad al-Shami recebeu esse sinal. E agiu.