O filme é um projeto internacional: foi criado com a participação da americana Paramount+, da britânica BBC e da israelense HOT.

Uma característica do trabalho de Mozer é o método de criação. O filme de 90 minutos apresenta uma reconstrução cronológica dos eventos, baseada em gravações de telefones celulares e câmeras corporais, bem como testemunhos de sobreviventes. Segundo o próprio diretor, a ideia de criar um documentário surgiu algumas horas após o início do ataque, e ele obteve acesso ao local da tragédia dois dias depois.

O filme é inteiramente montado a partir de materiais de arquivo: gravações de celulares, registros de câmeras de veículos, materiais de redes sociais e entrevistas com testemunhas. O diretor começou a coletar esses materiais quase imediatamente após a tragédia, encontrando gravações que os sobreviventes publicavam nas redes sociais.

Ao receber o prêmio, Mozer dedicou-o ao “retorno seguro e imediato dos reféns que ainda estão em Gaza”. Ele enfatizou que o filme serve como um documento histórico, registrando os eventos como eles aconteceram.

Os eventos de 7 de outubro são considerados, segundo especialistas, uma das tragédias mais documentadas na história da humanidade – quase todos os participantes tinham telefones celulares, e muitas gravações de vídeo e mensagens foram preservadas. Esta característica permitiu criar um filme que os críticos destacam pela precisão emocional e autenticidade na cobertura dos eventos trágicos.

O trabalho recebeu altas avaliações da imprensa internacional e da comunidade profissional. O júri destacou que o filme “transforma a dor em testemunho, e o testemunho em memória histórica”.