Os EUA anunciaram a saída definitiva da UNESCO. Uma das principais razões citadas foi o antissemitismo
22 de julho de 2025 a administração do presidente Donald Trump anunciou a decisão de finalmente retirar os EUA da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A razão oficial citada são as divergências em valores e prioridades, incluindo, segundo a Casa Branca, “manifestações sistemáticas de antissemitismo” e o viés político da organização.

De acordo com a declaração do porta-voz, “Os EUA não participarão de atividades de estruturas internacionais que minam os interesses do país e de seus aliados”.
Principais queixas de Washington contra a UNESCO
A saída é acompanhada por uma lista de acusações específicas contra a organização:
- Orientação anti-Israel. A administração dos EUA destacou que a UNESCO regularmente adota resoluções unilaterais condenando as ações de Israel, ignorando as provocações do HAMAS e outros grupos radicais.
- Distorção do contexto histórico. Vários documentos da organização, segundo os EUA, negam a conexão histórica do povo judeu com os locais sagrados de Jerusalém.
- Ideologização da agenda. Entre as iniciativas controversas estão programas relacionados à política racial e de gênero, que, na opinião da Casa Branca, impõem valores externos aos países.
- Crescimento da influência da China. As autoridades dos EUA também expressaram preocupação com o fortalecimento das posições de Pequim na organização, incluindo tentativas de promover os interesses políticos da China na plataforma internacional.
Decisões anti-Israel da UNESCO: uma revisão de 25 anos
A decisão dos EUA de se retirar foi em grande parte motivada pela atitude da UNESCO em relação a Israel. Nos últimos vinte e cinco anos, a organização repetidamente se tornou palco de decisões politizadas, nas quais Israel foi isolado. Entre as mais notórias estão:
- 2011 — admissão da Palestina na UNESCO como estado membro. Israel e os EUA então suspenderam o financiamento da organização.
- 2016 — uma resolução que menciona o Monte do Templo e o Muro das Lamentações exclusivamente pelos nomes muçulmanos, sem referência à história judaica desses locais.
- 2017 — inclusão do centro de Hebron e do Túmulo dos Patriarcas na lista de “patrimônio cultural palestino”, apesar de sua significância religiosa e histórica para o judaísmo.
- Condenações regulares de Israel em relação às operações militares em Gaza — sem declarações semelhantes contra formações armadas palestinas.
Razões para a politização
Analistas apontam vários fatores que contribuem para essa agenda na UNESCO:
- Ampla representação de países que tradicionalmente apoiam o lado palestino, especialmente nos órgãos executivos;
- Ausência de um mecanismo eficaz de verificação de expertises para formulações políticas nas resoluções;
- Uso de retórica humanitária para promover interesses geopolíticos;
- Resposta insuficiente por parte dos estados ocidentais, que preferem não entrar em disputas abertas sobre essas questões.
Israel e a UNESCO
Israel saiu da UNESCO simultaneamente com os EUA em 2018. Um retorno ainda não está sendo considerado. Em Jerusalém, foi repetidamente declarado que uma organização que pretende proteger o patrimônio cultural não pode ignorar fatos históricos e demonstrar uma abordagem unilateral para o conflito do Oriente Médio.