Resolução da ONU nº 3379: ataque ao sionismo e lições da história
A Organização das Nações Unidas, criada em 1945 para manter a paz e proteger os direitos humanos, desempenhou um papel chave na criação do estado de Israel. No entanto, até a década de 1970, essa mesma organização tornou-se um palco para propaganda anti-Israel e pressão política.
Em 10 de novembro de 1975, a Assembleia Geral da ONU adotou a resolução nº 3379, declarando o sionismo como uma forma de racismo. Setenta e duas nações votaram a favor da resolução, 35 contra, e 32 se abstiveram. Esse resultado refletiu a aliança de três poderosas forças: os vinte estados árabes, o bloco soviético e os regimes ditatoriais do ‘terceiro mundo’. Juntos, eles formaram uma coalizão não oficial que poderia quase garantir a adoção de qualquer iniciativa que correspondesse aos seus interesses políticos.
Embora a resolução tivesse um caráter recomendatório e não possuísse força jurídica, seu significado simbólico era imenso. De fato, foi negado ao povo judeu o direito à autodeterminação nacional em sua terra histórica. Além disso, ela forneceu uma cobertura ideológica para o antissemitismo, permitindo que os odiadores dos judeus escondessem suas visões atrás de slogans de ‘luta contra o sionismo’.
A reação da comunidade internacional foi imediata. O embaixador dos EUA na ONU, Daniel Patrick Moynihan, condenou veementemente a resolução:
“Os Estados Unidos declaram à Assembleia Geral da ONU e ao mundo inteiro que não reconhecem, não cumprirão e nunca se submeterão a este ato vergonhoso… A mentira é que o sionismo é uma forma de racismo. A verdade é que não é”.
Mas foi precisamente o discurso do representante israelense, Chaim Herzog, que se tornou um momento histórico. Seu discurso, cheio de raiva e dignidade, ressoou com a trágica memória do Holocausto:
“Hitler se sentiria em casa aqui. Esta resolução é baseada em ódio, mentira e arrogância. Ela é desprovida de qualquer valor moral ou jurídico. Para os judeus, isso não é mais do que um pedaço de papel, e nós o trataremos como tal”.
Com essas palavras, Herzog rasgou demonstrativamente o texto da resolução, sublinhando sua insignificância para o povo judeu. Esse gesto tornou-se um poderoso símbolo de resistência à injustiça e hipocrisia.
A resolução nº 3379 permaneceu em vigor até 1991, quando finalmente foi revogada. No entanto, suas lições hoje ganharam especial relevância no contexto da posição da liderança da ONU sobre os eventos de 7 de outubro. Mais uma vez, as instituições internacionais, em vez de proteger os direitos humanos e apoiar os princípios fundamentais da justiça, tornaram-se arenas de manipulação política e relativismo moral. A história da resolução nº 3379 nos lembra que o esquecimento dos princípios básicos ameaça não apenas estados individuais, mas também a confiança no próprio direito internacional.