Israelense se tornou laureado com o Prêmio Nobel de Economia de 2025
Em 13 de outubro de 2025, o Comitê Nobel da Academia Real Sueca de Ciências anunciou os nomes dos laureados com o prestigioso prêmio de economia. Entre os premiados estava o historiador econômico americano-israelense Joel Mokyr, que dividiu o prêmio com o economista francês Philippe Aghion e o cientista canadense Peter Howitt.
O prêmio foi concedido por explicar os mecanismos do crescimento econômico inovador. Mokyr recebeu metade do prêmio, no valor de 5,5 milhões de coroas suecas, por identificar as premissas para o crescimento sustentável através do progresso tecnológico. Aghion e Howitt dividiram a outra metade do prêmio pela teoria do crescimento sustentável através da destruição criativa.
De acordo com a declaração do Comitê Nobel, nos últimos dois séculos, o mundo testemunhou pela primeira vez na história um crescimento econômico sustentável, que ajudou um enorme número de pessoas a sair da pobreza e se tornou a base da prosperidade moderna. Os laureados deste ano explicaram como as inovações se tornam o impulso para o progresso contínuo.
Joel Mokyr: do Holocausto aos pináculos da ciência
Joel Mokyr tem 79 anos. Ele nasceu em Leiden, Holanda, em uma família de judeus holandeses que sobreviveram ao Holocausto. Seu pai morreu quando ele tinha um ano de idade, e sua mãe o levou para Israel, onde ele cresceu em Haifa.
Em 1968, Mokyr obteve um bacharelado em economia e história na Universidade Hebraica de Jerusalém. Depois, continuou sua educação nos EUA: em 1972, obteve um mestrado em economia na Universidade de Yale, e em 1974, tornou-se Doutor em Economia pela mesma universidade.
Desde 1994, Mokyr é professor de economia e história na Universidade Northwestern, nos EUA. Desde 2001, ele também leciona na escola de economia da Universidade de Tel Aviv, mantendo estreitos laços com o ambiente acadêmico israelense.
Pesquisa inovadora sobre as origens da prosperidade
O trabalho acadêmico de Mokyr concentra-se no estudo das raízes culturais e institucionais da Revolução Industrial na Europa. Ele concluiu que a premissa mais importante para a modernização não foram medidas governamentais ou mesmo o mercado livre, mas a cultura e as instituições.
Ele considera a crença na possibilidade e utilidade do progresso como a raiz cultural da modernização, e a fragmentação política da Europa medieval combinada com um espaço intelectual unificado, criado pela Igreja Católica, como a raiz institucional. Essa combinação favoreceu o surgimento e desenvolvimento de novas ideias, empreendedorismo e inovações.
Os geradores de novas ideias podiam escapar da perseguição fugindo para outro país – uma possibilidade que não existia, por exemplo, na China unitária, que durante a Alta Idade Média estava significativamente à frente da Europa em desenvolvimento tecnológico.
Mokyr resumiu seus estudos no livro “A Cultura do Crescimento: As Origens da Economia Moderna”, publicado em 2016. Os críticos avaliaram altamente este trabalho, e muitos já o consideravam digno do Prêmio Nobel na época. O Comitê Nobel recomenda esta obra a todos que desejam entender melhor o mundo moderno.
O Comitê Nobel observa que Mokyr demonstrou que, para que as inovações se sigam em um processo autogerador, precisamos não apenas saber que algo funciona, mas também ter explicações científicas de por que isso acontece.
Israelenses – laureados com o Prêmio Nobel
Joel Mokyr é agora o 14º israelense a receber o Prêmio Nobel. Até 2024, 13 cidadãos de Israel receberam o Prêmio Nobel: três laureados em economia em memória de Alfred Nobel, um em literatura, seis em química e três prêmios da paz.
Aqui está a lista completa dos laureados israelenses com o Prêmio Nobel:
Literatura:
- 1966 – Shmuel Yosef Agnon – por sua arte narrativa profundamente original, inspirada em motivos folclóricos judaicos
Prêmio da Paz:
- 1978 – Menachem Begin – pela preparação e conclusão do tratado de paz entre Israel e Egito
- 1994 – Yitzhak Rabin e Shimon Peres – pelos esforços para alcançar a paz no Oriente Médio
Economia:
- 2002 – Daniel Kahneman – pela aplicação de técnicas psicológicas à ciência econômica, especialmente no estudo da formação de julgamentos e tomada de decisões sob incerteza
- 2005 – Robert Aumann – por ampliar o entendimento dos problemas de conflito e cooperação através da análise teórica dos jogos
- 2021 – Joshua Angrist – pela contribuição metodológica à análise de relações causais
- 2025 – Joel Mokyr – por identificar as premissas para o crescimento sustentável através do progresso tecnológico
Química:
- 2004 – Avram Hershko e Aaron Ciechanover – pela descoberta da degradação de proteínas mediada por ubiquitina
- 2009 – Ada Yonath – por estudos da estrutura e função dos ribossomos
- 2011 – Dan Shechtman – pela descoberta dos quasicristais
- 2013 – Arieh Warshel e Michael Levitt – pelo desenvolvimento de modelos multiescala de sistemas químicos complexos
Israel tem mais Prêmios Nobel per capita do que os EUA, França e Alemanha. Considerando que o estado judeu foi estabelecido apenas em 1948, e os prêmios são concedidos desde 1901, isso é realmente uma conquista notável, demonstrando o alto nível da ciência e educação israelense.
A vitória de Joel Mokyr em 2025 não é apenas um triunfo pessoal de um cientista excepcional, mas também mais uma confirmação de que Israel permanece um dos centros mundiais de pensamento científico e inovação.

